salto de heidegger

{Heidegger afirma que é preciso se colocar no lugar do salto, para perceber a região da liberdade. Já não se trata da liberdade como propriedade de um sujeito, ou como poder de um sujeito, ou como qualidade de um sujeito, ou como estatuto de um sujeito, ou como vontade livre ou livre arbítrio de um sujeito; senão que a liberdade é agora algo cuja essência reside, ou se guarda, ou permanece, ou se mantém, em reserva, em uma região, ou em um espaço que só se pode vislumbrar desde o lugar de um salto. Esse salto é, no texto de Heidegger, um salto fora da razão teórica, da razão fundante, como se a razão teórica ou fundante tivesse que transcender ou transgredir seus limites, saltar além de si mesma, para chegar a uma visão do espaço da liberdade, a uma visão que, não obstante, não é agora uma visão retórica. Por isso, a partir do lugar do salto, a liberdade aparece como o que reside no espaço de não fundado. E, além disso, esse espaço nomeia-se mas não se determina ou, melhor dizendo, nomeia-se in-de-terminando-o, no próprio gesto de deixá-lo sem terminar e sem de-terminar, no gesto de deixá-lo in-de-terminado, isso é, aberto e livre}{Jorge Larossa. Nietzsche & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002, p.106}.

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